segunda-feira, 30 de maio de 2011

Branca Edmée Marques

Branca Edmée Marques de Sousa Torres nasceu em Lisboa a 14 de Abril de 1899, filha de Berta Rosa Marques e de Alexandre Théodor Roux, e aí faleceu a 19 de Julho de 1986.
Enquanto estudante, estagiou no Laboratório de Química Analítica no Instituto Superior Técnico sob orientação de Charles Lepierre.
Após terminar a sua licenciatura em Ciências Físico-Químicas pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e desejando especializar-se na ciência que mais a atraía, a radioactividade, em 1930 Branca Edmée Marques partiu para o Laboratoire Curie do Institut du Radium de Paris onde trabalhou três anos sob a orientação de Marie Curie.
Em 21 de Novembro de 1935 foi-lhe concedido o grau de Docteur ès Sciences Physiques com a menção de très honorable, a mais alta classificação em provas de doutoramento em França. Em 13 de Julho de 1936 foi reconhecida a equiparação deste Doctorat d’État ao grau de Doutor em Ciências Físico-Químicas das Universidades Portuguesas.

Branca Edmée Marques publicou seis trabalhos nos Comptes Rendus de l’Académie des Sciences de Paris, quatro dos quais ainda antes do seu doutoramento e que foram apresentados à Academia das Ciências de Paris por G. Urbain e Jean Perrin, sendo os outros dois já posteriores ao seu doutoramento e de colaboração com C. Chamié e H. Faraggi. Em 1936 publicou três artigos no Journal de Chimie Physique, todos na área dos seus estudos sobre o bário radífero.

Além destes, tem numerosos trabalhos individuais e de parceria com os seus colaboradores no Centro de Estudos de Radioquímica, de que destacamos Regina Grade, César Viana, Carlos Miranda, M. F. Lopes Cardoso e M. L. Sadler Simões, publicados em revistas nacionais ou sob a forma de comunicações a congressos nacionais e estrangeiros e publicados nas respectivas Actas ou Proceedings. Alguns dos trabalhos de Branca Edmée Marques foram citados por diversos cientistas (entre outros Irène Joliot-Curie e B. Goldschmith) e referidos em tratados.

Ainda no âmbito da sua actividade científica, Branca Edmée Marques escreveu uma breve biografia de Marie Curie para a revista Ciência, e outra de Jean Perrin a convite do Instituto Francês em Portugal no primeiro aniversário da morte do grande cientista.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Egas Moniz

Egas Moniz (António Caetano de Abreu Freire), nasceu em Avanca a 29 de Novembro de 1874 e faleceu em Lisboa a 13 de Dezembro de 1955.


Estudou na faculdade de Medicina em Coimbra, onde se doutorou e foi professor.

Posteriormente, foi para França onde ampliou os seus conhecimentos com os grandes neurologistas da altura. Em 1911, voltou para Lisboa para dar aulas na área de Neurologia.


Dedicou-se também a trabalhos de pesquisa sobre angiografia cerebral e da leucotomia pré-frontal, cuja descoberta o tornou mundialmente conhecido.  Foi ele que tornou a angiografia cerebral uma realidade. Este novo método foi concebido com o fim de fornecer aos neurologistas um auxiliar de investigação clínica principalmente no estudo das neoplasias. Esta nova técnica permitia observar as artérias do cérebro através dos espessos ossos do crânio através do raio X.

Após os êxitos obtidos com este método, Egas Moniz deu início a estudos na área das doenças mentais que resultaram na descoberta da leucotomia pré-frontal. Esta técnica consistia em cortar a substância branca dos hemisférios cerebrais para tratar certas doenças.

De inúmeros prémios que ganhou, destacam-se o Prémio de Oslo a 3 de Setembro de 1945 e o Prémio Nobel em 27 de Outubro de 1949.


sábado, 14 de maio de 2011

António Damásio

António Rosa Damásio nasceu em Lisboa, no dia 25 de Fevereiro de 1944 e é um médico neurologista e neurocientista português que estuda a relação entre o cérebro e as emoções humanas. Actualmente, é professor de Neurociências na Universidade do Sul da Califórnia.

Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde veio também a doutorar-se. Após uma estadia no Centro de Investigação da Aphasia de Boston (EUA), regressou ao Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Lisboa.
Escreveu, até agora, 4 obras mundialmente reconhecidas:
  • O Erro de Descartes – Emoção, Razão e Cérebro Humano;
  • O Sentimento de Si;
  • Ao encontro de Espinosa;
  • O Livro da Consciência.
Estudioso de neurobiologia do comportamento humano e investigador das áreas cerebrais responsáveis pela tomada de decisões e conduta, observou o comportamento em centenas de doentes com lesões no córtex pré-frontal, permitindo concluir que, embora a capacidade intelectual se mantivesse intacta, esses doentes apresentavam mudanças constantes do comportamento social e incapacidade de estabelecer e respeitar regras sociais.

Os seus estudos debruçam-se sobre a área designada por ciência cognitiva, e têm sido decisivos para o conhecimento das bases cerebrais da linguagem e da memória.

Recebeu diversos prémios:
  • Richard Wollheim Prize, Londres; 2005
  • Prémio Príncipe das Asturias for Scientific and Technical Research; 2004
  • Signoret Prize in Cognitive Neuroscience (em conjunto com Hanna Damasio); 2003
  • Nonino Prize; 2002, Named "Highly Cited Researcher" em Neuroscience pelo Institute for Scientific Information; 2000
  • Reenpää Prize, Finlândia; 1997
  • Prix Plasticité Neuronale, Ipsen Foundation; 1995
  • Golden Brain Award (Berkeley); 1995
  • Ordem de Santiago da Espada (Grande Oficial), Portugal; 1992
  •  Prémio Pessoa (em conjunto com Hanna Damasio)

Porquê em Portugal?

A ideia de criar um blog sobre a ciência em Portugal surgiu como forma de partilhar a história e as contribuições de grandes cientistas portugueses que, apesar de importantes, não são tão reconhecidos quanto os cientistas estrangeiros, mesmo em território nacional.

Consideramos que a ciência é, a maior parte das vezes, abordada de uma perspectiva que marginaliza a história por detrás de tudo. O que é mais importante, as descobertas feitas ou a mente que se lembrou delas pela primeira vez? A nossa resposta encontra-se neste blog.